sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo

Hoje estão todos voltados à preparação de uma farta ceia, à produção de um belo penteado e maquiagem, estão comprando coisas novas, varrendo a casa de trás para frente, fazendo todas as simpatias do mundo para conseguirem TUDO o que almejam a vida toda, usando calcinha preta, azul, amarela, verde, rosa, e para os mais pretensiosos tem também de todas as cores, como a que eu vi em um blog de moda desses da vida, tomando banho de ervas, etc. No entanto eu acabei de vê passando aqui na frente de casa um senhor que rala pesado para conseguir se manter aqui no caos, e que  não tem a mesma oportunidade de festejar o “NADA” junto a todos os outros habitantes deste país. E assim como ele outros bilhões de seres suspiram inquietos com tanta arrogância, e são longos os suspiros angustiados de quem se incomoda com o vazio da razão de se existir. Olha que beleza esperar 365 dias para se brindar a arrogância de todos. E não é pessimismo não, é a real que eu enxergo com esses olhos que por vezes são tão maltratados a ponto de cegar.
E há quem fale sobre as escolhas da vida, mas me diga só, como que podemos escolher ser massacrados dia -pós –dia, sem nada poder fazer?  Como ter estímulo para admirar o céu preto de carbono? Uma coisa é certa, não serão sete pulinhos em ondas no mar (que por sinal é lindo) que irão alterar a realidade social do Brasil. Uma mobilidade social requer muito mais que isso.
Cuidado, o individualismo está solto, e ele pode te devorar em um instante só!
Numa sociedade pós-colonial não há espaço para o amor ao próximo. Amor aqui, só se for com calcinha vermelha ou rosa, ou sei lá que cor.

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